terça-feira, 29 de maio de 2012

Saudade que dá de um grande amigo.

Tem sido dias tristes, aflitos.
Faz uma falta danada sua alegre presença.
Olhos espertos, de cores indefinidas que oscilam, talvez de acordo com seu humor.
O cheiro característico, marca quase registrada da sua chegada.
E é uma pena que tenha tomado tão egoísta decisão de partir, sem avisar, somente tomado pelo instinto que fala tão alto em você, porque é assim, simplesmente.
Não existem momentos tristes, não há cansaço e  muito menos discussões que possa nos afastar.

Chegou numa noite fria, chuvosa, querendo se esconder de alguma coisa além da chuva, acredito que marcado por experiências ruins. Olhos tristes e desconfiados, corpo tenso. Foi acolhido e acabou fazendo parte da família. Logo aceito entre todos os amigos, fazendo dos nossos momentos tediosos grande festa, motivo de muita risada. Mal falava e quando resolvia fazê-lo, era respondido por nós em meio à sorrisos. Em pouco tempo virou presença requisitada. Companhia quase onipresente. Conquistou o afeto de outras pessoas que obviamente foram tomados pelo seu jeito simples e carinhoso.

Seu jeito de falar conosco vai deixar muita saudade.

Foi sempre um amigo e nunca ligou para o que eu tinha pra lhe oferecer em troca.
Eu fico pensando ... nem podia falar e conquistou tantas amizades...
Insisto, apesar de animal não parecia ser um.
Sentia em você uma pessoa, alguém que com os olhos conseguia confortar. Te imagino como um  sábio que não podia usar a voz.

E quem vai me criticar por chorar por um cão?

Espero que tenha sido sem dor.
São lágrimas sinceras, digna de uma grande amizade.

Para meu inseparável amigo, Mallonie ... 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Estranha certeza de não saber.

Foi estranho ...


Foi tão intenso e emocionante. Como poderia esperar por outra coisa?
Ter assim diante de mim parte do passado, visão de futuro e orgulho da certeza de uma vida cheia de realizações, onde a primeira delas veio, a meu ver, na melhor hora.
Eu poderia fazer tudo de forma diferente, e não estou falando exatamente de arrependimento. 


Porém, porque? 


A ordem de toda essa história serviu de projeção para uma entrega absolutamente sincera, madura, profunda. 
Mudaram as curvas, o olhar, a presença quase imponente de uma menina escondida dentro de uma mulher confiante, soberba.
Faltaram-me palavras na hora em que eram tão necessárias e no entanto o olhar bastou para que fosse possível compreender tudo aquilo que estava acontecendo. 
Tive consciência de que mudaria muito minha forma de pensar mas não acreditei ser capaz de  sentir toda essa carga de entusiasmo e medo ao mesmo tempo.


Hoje é diferente. Me sinto diferente, me sinto forte, confuso ... Talvez certeza de mudanças inevitáveis. Confesso o medo de não ter tempo de realizar, de não ficar o tempo todo que desejei ao seu lado. E ainda existe o peso das decisões errôneas me afastando de você e me levando para todo tipo de lugar onde tudo não passa de uma ilusão e fruto de oportunidades mundanas que cegam o que faz todo o sentido dessa vida sem manual e sem restrição. Viver é tão simples, aprender é tão gostoso e perder é tão ... entristecedor. 


Quem foi que disse que perder é esclarecedor? Que pessoa insana é essa?


Eu odeio perder.


E digo que nesse caso o tempo não vai interferir. A qualquer custo será meu, mesmo que durante todo o intervalo eu me perca, nunca vai deixar de ser meu.
Eu sinto sair de dentro de mim, sei exatamente o que é mas com palavras é humanamente impossível dizer. Não servem palavras pois não há uma sequer que saiba desvendar o que é sentir o peso do olhar ou as pulsações que vem de dentro do peito quando ele vem, quente e frio, simples e complexo...
Essa agrura de ter que esperar, de ainda ter que viver nesse mundo de homens que não sabem o que estão fazendo. Homens que decidem ensinar crianças a não cometerem erros, quando é só o que fazem o tempo todo. E ainda falando das palavras eu afirmo que o homem é o que faz e não o que diz. 


Espere por mim, eu estarei lá. E será eterno.